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                                 A cooperação antes das cooperativas
Muito antes de ser assinado o primeiro estatuto formalizando a criação de uma cooperativa,
o cooperativismo já era praticado no Brasil e nos países vizinhos. Exemplos embrionários do que no século 19 seriam cooperativas podem ser encontrados nas Américas Espanhola e Portuguesa durante o século 17: as Reduções Jesuíticas3.
A estratégica região do Prata4, devido à
excelente posição geográfica e ao contrabando
de mercadorias e escravos, foi disputada por
duas potências ibéricas ao longo dos séculos.
Os jesuítas, para viabilizar a evangelização
dos Guaranis, introduziram a agricultura e a pecuária nas Reduções. Essas atividades eram realizadas por intermédio da cooperação entre padres e índios, o que pode ser considerado um estágio inicial do que no futuro configuraria as organizações cooperativas.
No Brasil Colônia, as irmandades também buscavam na cooperação um meio para melhorar a qualidade de vida das comunidades5. Nessas associações religiosas, as pessoas atuavam de forma solidária, emprestando dinheiro umas
às outras6. Numa época em que os negócios precisavam ser autorizados pela Coroa, a inserção em uma rede social, como a irmandade, era uma maneira de enfrentar a escassez de moeda e de crédito existente em boa parte do Brasil Colônia7.
                            Cooperation
before cooperatives
Well before the enactment of the first law formally establishing cooperatives, cooperativism was practiced in Brazil and neighboring countries. Early examples which indicate that the 19th century would be cooperative can
be found in Spanish and Portuguese America during the 17th century: the Jesuit missions.3
Due to its excellent location and the smuggling of goods and slaves, the strategic Prata4 region was claimed by Spain and Portugal throughout the centuries. The Jesuits, in order to convert the Guarani Indians, introduced agriculture and fishing in their missions. These activities were conducted through cooperation among the Jesuit priests and the Indians, which can be considered the beginning of what would become cooperative associations.
In Colonial Brazil, fraternal orders also used cooperativism as a way to improve the quality of life in their communities.5 In these religious associations, people worked in solidarity, lending money to one another.6 At a time when business arrangements had to be approved by the Crown, a social network such as a fraternal order was a way to deal with the scarcity of money and credit that existed in much of Colonial Brazil.7
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