Page 74 - Sicredi
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Além de perderem a possibilidade de utilizar os cheques, os asso- ciados não conseguiam acessar os recursos de poupança, que eram captados para o BNCC e estavam bloqueados. Como o governo não previu a substituição dos serviços extintos, o Banco do Brasil passou a compensar os cheques, por intermédio de contas correntes abertas em nome das cooperativas. “Nós acertávamos com o mercado, com o comércio e com as próprias instituições financeiras, para que recebes- sem nossos cheques, apesar de eles não transitarem em uma câmara de compensação, e nós fazíamos a compra dos cheques, para poder liquidar”, explica Müller.
Em termos operacionais, a solução representava um transtor- no para as cooperativas. Diariamente, era preciso percorrer o comér- cio local e os bancos para recolher os cheques e trocar por dinheiro, o que provocou o surgimento da expressão cheque-bicicleta. “Os nossos colaboradores, ao fim do dia, pegavam uma bicicleta, faziam um rodí- zio pela praça, recolhendo os cheques das outras instituições, recom- prando os cheques”, testemunha Dorival Scheid, que à época presidia a cooperativa de crédito de Cerro Largo, atual Sicredi Serro Azul RS.
Mais uma vez, a confiança no cooperativismo de crédito havia sido colocada à prova, e os associados responderam com a fidelidade es-
 Brazil began to clear checks using existing credit union accounts. “We made things right in the marketplace, with businesses and with the financial institutions themselves so that they received our checks even though they did not go through a clearinghouse, and we paid the checks in order to settle the accounts,” Muller explains.
In operational terms, the solution created upheaval for the credit unions. Every day, they had to go
to local businesses and banks to collect the checks and exchange them for cash, which gave rise to the
expression “bicycle check.” “At the end of each day, our employees went by bicycle around the public square, collecting checks from the other institutions, repurchasing the checks,” explains Dorival Scheid, who presided over the credit union in Cerro Largo, known today as Sicredi Serro Azul RS.
Once again, faith in credit unions
was put to the test, and its members responded with the loyalty they’d come to expect. “We managed to succeed solely due to our members’ commitment to the cooperative system. The members subjected themselves to
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