Atualmente, vem crescendo o interesse dos brasileiros por se tornarem poupadores/investidores e aprenderem sobre educação financeira. Muitas pessoas embarcaram nessa jornada e passaram a destinar parte da sua renda para os investimentos.

Entretanto, ainda existem dúvidas sobre quanto da renda reservar para poder investir todos os meses. Já adiantamos que não existe uma resposta absoluta, pois isso dependerá da realidade financeira de cada um, sendo essa uma decisão pessoal e calculada. A quantia reservada pode ser uma meta possível para uma pessoa, mas inviável para outra, portanto, os valores serão diferentes em cada caso.

A maior barreira que precisa ser desmistificada para quem deseja investir é entender que esse não é um hábito exclusivo das pessoas “ricas”. Ao contrário, é possível começar a investir hoje, mesmo com menos recursos.

O mais importante é desenvolver um hábito de investidor, e adaptá-lo à sua realidade financeira do momento.

A primeira etapa sugerida para quem deseja começar a poupar dinheiro e investir é montar uma reserva de emergência para ter mais segurança financeira em momentos de incerteza. A reserva já é uma forma inicial de colocar em prática o hábito de poupar regularmente. O próximo passo, então, é se tornar um investidor e direcionar o dinheiro guardado para outros objetivos e aplicações de maior complexidade.

 

Seguindo para a prática: quanto preciso reservar da minha renda para investir?

 

- Se você está começando agora:

Poupar não é uma tarefa simples, em especial no começo. Quem está começando agora não precisa colocar metas irreais para si e nem se pressionar caso algo não saia como o planejado. Coloque as contas no papel e veja quais são as suas despesas mensais fixas e variáveis, e o quanto está sendo gasto sem necessidade.

Evite contrair novas dívidas sem planejamento, mas se já tiver alguma, procure por alternativas para diminuir os juros e renegocie o pagamento junto às instituições financeiras. Poupar para juntar todo o dinheiro necessário para pagar as compras à vista é uma boa opção para não se endividar e conseguir maiores descontos.

Os gastos com moradia, alimentação, transporte, telefone, internet, plano de saúde, entre outros, podem ser compreendidas como gastos básicos, ou fixos. Embora previsíveis esses fastos costumam ser reajustados com o tempo, sendo necessária a renegociação periódica. Já os gastos com consumo ou lazer podem ser considerados gastos variáveis.

Preste atenção se dentro dessas categorias não há algum gasto supérfluo que se destaque, como compras por impulso ou produtos não essenciais. Esses costumam ser os principais pontos de desperdício de recursos, e devem ser evitados por quem deseja poupar.

Ao entender melhor a sua realidade financeira visualizando o seu padrão de gastos, é possível enxergar alguma quantia que poderia ser poupada. Pode ser desde 1% ou 2% da renda mensal. O importante é começar com o que é possível no momento e guardar dinheiro com frequência. Assim, é mais difícil desanimar ou abandonar a missão no meio do caminho. Se em algum mês não for possível guardar, não desista, continue novamente no mês seguinte.

 

- Se você já possui uma reserva de emergência e costuma poupar com certa regularidade:

Quem já consegue poupar com certa regularidade pode colocar em prática uma metodologia um pouco mais organizada para reservar uma quantia fixa da renda para investir todos os meses.

Uma sugestão é passar a dividir o uso da renda de acordo com porcentagens: 50% para gastos fixos (moradia, alimentação, etc), 35% para gastos variáveis (consumo e lazer) e 15% para objetivos financeiros, como pagar dívidas ou investir.

Essa regra “50-35-15” serve mais como uma medida de base, pois, na prática, esses valores podem ser algo como “60-30-10” ou “70-25-5”, dependendo do custo de vida de cada pessoa. A intenção aqui é organizar o orçamento mensal dentro de parâmetros possíveis de serem atingidos, para que sobre sempre uma quantia fixa a ser destinada para investir todos os meses. Esse é o segredo.

 

- Se você já é um investidor assíduo e consegue guardar um valor fixo todos os meses:

Primeiramente, parabéns! O próximo passo seria se desafiar a guardar um percentual maior da renda todos os meses, e conseguir manter a regularidade.

Quem já guarda 1%, pode passar a guardar 5%, ou quem já guarda 10% pode passar a guardar 15%, e assim em diante.

Contudo, os especialistas em educação financeira costumam indicar uma regra “50-30-20”, onde 50% são destinados a gastos essenciais, 30% para gastos variáveis e 20% para poupança e investimentos.

Quem se sentir mais à vontade pode ainda pular para reservar até 30% da renda para fins financeiros. Porém, entendemos que essa meta ainda é muito distante da realidade brasileira, embora seja considerada o melhor cenário para construir patrimônio.

Por fim, queremos destacar que independente da parcela da renda que você irá destinar aos investimentos, é essencial manter o equilíbrio entre viver o presente e guardar para o futuro. Só assim será possível desfrutar dos benefícios que o seu dinheiro conquistado com tanto esforço pode te proporcionar.
 

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