Bets não podem ser vistas como investimentos, alerta especialista
Apostas tem gerado preocupações. Levantamento do Banco Central mostra que somente em agosto de 2024 beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em apostas eletrônicas
Com a crescente popularidade das plataformas digitais, lidar com o dinheiro tem ficado cada vez mais acessível. No entanto, essa facilidade também tem gerado preocupação: o aumento progressivo de brasileiros que têm utilizado recursos financeiros para apostas como se fossem investimentos, inclusive afetando diretamente o comércio e o orçamento das famílias brasileiras, se transformando em um ciclo vicioso e uma armadilha financeira.
Esse ciclo de apostas tem despertado a atenção de muitas entidades. Para termos ideia, segundo o Banco Central (BC), somente em agosto de 2024 beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em apostas eletrônicas. Isso tem acontecido, também, pelo fato de muitas pessoas acreditarem que as chamadas bets podem ser vistas como investimentos, o que efetivamente não pode ser visto como algo similar.
"Embora ambas atividades envolvam dinheiro e o objetivo maior seja de conquistar ganhos, suas natureza e riscos são fundamentalmente diferentes. Entender isso é de extrema importância para evitar erros que podem custar caro ao nosso bolso e trazer consequências que vão além da parte financeira, já que muitas vezes implicam em consequência para toda a família", alerta o especialista em investimentos da Sicredi Parque, Rodrigo Caetano da Silva.
Pesquisa recente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) revela uma diferença significativa no envolvimento dos brasileiros com apostas online e investimentos financeiros. Em 2023, aproximadamente 14% da população brasileira - aproximadamente 22,4 milhões de pessoas - participaram de apostas online. Em contraste, apenas 2% investiram em ações, 5% em títulos privados e 2% em títulos públicos.
"Embora possam oferecer um rápido ganho financeiro, as apostas online são altamente arriscadas. A ausência de controle sobre o resultado faz com que o risco de perda seja elevado, o que pode gerar uma falsa percepção de controle e segurança. Dessa forma, é essencial que os indivíduos entendam que as apostas não devem ser tratadas como uma fonte de renda", acrescenta Rodrigo.
Por outro lado, o mercado de investimentos envolve a aplicação de recursos financeiros em ativos como ações, títulos, fundos ou imóveis, com o objetivo de gerar retorno ao longo do tempo. Diferentemente das apostas, os investimentos são baseados em análises detalhadas, avaliações de risco e uma compreensão mais profunda dos mercados e setores econômicos.
De acordo com o especialista, embora também existam riscos nos investimentos, eles são calculados e podem ser gerenciados através de estratégias de diversificação, estudo de mercado e acompanhamento de tendências econômicas. "Investir é algo que exige planejamento e paciência. No mercado de investimentos, o retorno é geralmente proporcional ao tempo e esforço dedicados ao estudo e monitoramento dos ativos", aponta Rodrigo.
Para ele, é importante que as pessoas tenham, também, consciência das motivações por trás das apostas e dos investimentos, que são distintas. "Quem aposta geralmente busca adrenalina, emoção, ganhos financeiros rápidos. Já quem investe busca resultados a longo prazo, visando o crescimento do patrimônio e segurança financeira. Investir é, portanto, uma estratégia de longo prazo, focada no desenvolvimento e na estabilidade", conclui o especialista.
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