Comitiva da Sicredi Norte SC viaja ao Rio Grande do Sul para vivenciar a Jornada das Origens
Os visitantes catarinenses foram os primeiros a fazer o roteiro após a catástrofe que atingiu o estado entre abril e maio deste ano
Entre os dias 18 e 21 de junho, um grupo de 39 pessoas, entre coordenadores de núcleo, associados e colaboradores da Sicredi Norte SC vivenciou uma verdadeira imersão na história do cooperativismo. Cerca de 50 dias depois da catástrofe que atingiu o Estado, a comitiva foi a 1ª a realizar o roteiro chamado Jornada das Origens. A rota contou com visitas em Porto Alegre, no Centro Administrativo Sicredi (CAS) e na Sicredi Origens e, em Nova Petrópolis compreendendo a Casa Cooperativa e a Sicredi Pioneira.
A viagem foi marcada por grande emoção. Em todos os lugares o grupo foi recebido com muito carinho e demonstrações de gratidão. O sentimento de esperança tomava conta dos ambientes. Os abraços e sorrisos calorosos traduziam a alegria de todos diante da presença dos visitantes.
“Desde que chegamos fomos muito acolhidos em todos os lugares que passamos. Nas cooperativas e no CAS nos demonstraram muito conhecimento, mas o que mais me marcou nas visitas, foi a forma como nos trataram. Eles demonstraram algo único, uma essência, algo especial, que pudemos sentir no aperto de mão, no abraço e no choro emotivo em diversos momentos”, comentou a Coordenadora de Núcleo, Andreia Ribeiro.
Berço do Cooperativismo no Brasil
Em Nova Petrópolis, o grupo do Norte de Santa Catarina foi até a comunidade de Linha Imperial, conhecida como Berço do Cooperativismo. Lá está localizada a Casa Cooperativa, que foi fundada em 15 de julho de 2011. Tem como principal objetivo promover o cooperativismo por meio da educação e preservar as memórias de Padre Amstad. Paulo Cesar Soares, especialista em gestão e relações intercooperativas levou os visitantes a uma verdadeira viagem no tempo, contando não apenas a história do cooperativismo no Brasil, mas trazendo informações sobre a vida do Padre Amstad.
Relatou, com maestria, fatos da infância e juventude dele, a decisão de seguir o caminho do sacerdócio e como ele conheceu o cooperativismo. Durante sua a fala, Paulo recorria aos livros, inclusive a autobiografia de Theodor Amstad trazendo trechos que corroboravam sua explanação.
O Padre Amstad veio para o Brasil em 1885, aqui criou a primeira cooperativa do país. Mas não pense que isso foi fácil, foram 17 anos falando sobre cooperativismo até convencer as pessoas de que era o modelo ideal para dar aos agricultores da região, condições de prosperar. Padre Amstad, com seus 1,49 metros de altura fez algo grandioso, mudou os rumos daquela comunidade carente. “Ele fez algo extraordinário acompanhado de 20 amigos, 20 pioneiros. Nesse local carente de recursos criou a 1ª instituição financeira privada do Brasil, uma cooperativa. E, ele tinha um único objetivo, ajudar a comunidade, ajudar os pequenos agricultores”, ressaltou Paulo.
A Casa Cooperativa ocupa parte do prédio da primeira sede própria da Caixa de Economia e Empréstimos Amstad, construída em 1952. Erguida 50 anos depois da fundação da cooperativa, a edificação é histórica, tombada e protegida por lei como patrimônio histórico-cultural. É considerada um dos marcos mais importantes do cooperativismo.
A Linha Imperial é um verdadeiro museu a céu aberto. A comunidade possui 28 marcos ao cooperativismo, entre eles está a casa paroquial construída para o Padre Theodor Amstad e que continua sendo usada pelos párocos até hoje.
Pioneira – a primeira cooperativa do sistema Sicredi
Na Sicredi Pioneira, a comitiva catarinense foi recebida pelo presidente, Tiago Luiz Schmidt, a vice-presidente, Heloísa Helena Lopes e o presidente da Central Sul/Sudeste, Márcio Port.
Durante a apresentação da cooperativa, Tiago comentou sobre a área de atuação, números, mas ressaltou principalmente a capacidade de adaptação da Pioneira para se manter relevante na região ao longo dos seus 122 anos. Recentemente, deram início a um projeto de reestruturação das agências, desenvolvendo modelos para uso coletivo, que sirvam a comunidade.
Citou em especial a agência projetada no Bairro Feitoria, em São Leopoldo. Mais que uma agência, o local compreende uma área de 120 m², onde oferece para as pessoas que vivem no bairro uma estrutura multiuso. Conta com um espaço lúdico para aulas, tem coworking, sala de videogame e auditório. “Nós montamos este espaço a partir de uma demanda da comunidade. Fomos ouvir o que eles precisavam. Inauguramos esta agência em agosto de 2023. Só no ano passado foram realizados 93 eventos no local e mais de 3 mil pessoas já tinham passado pela agência”, comentou Schmidt.
Segundo Schmidt, são 122 anos fazendo a diferença e contribuindo para a prosperidade da região. Neste momento, estão diante de um novo desafio: ajudar o Rio Grande do Sul.
Márcio Port relatou que o Sicredi está desempenhando um papel fundamental na reconstrução do estado pós-enchente. Não apenas com linhas de créditos, crédito emergencial e renegociação, mas uma participação ativa na coleta e distribuição de donativos na região, arrecadação de valores e direcionamento para investimentos estruturantes nas cidades atingidas.
Ele comentou sobre a importância da visita do grupo da Sicredi Norte SC. Ressaltou que a região é turística e que, conta com os visitantes, em especial neste momento, para movimentar as cidades e girar a economia. “Que bom que vocês vieram, isso com certeza vai estimular outras pessoas a visitar o Rio Grande do Sul e consequentemente contribuir para a recuperação do nosso estado”, completou Port.