A Sicredi Centro Serra RS abre no dia 1º de abril o prazo para inscrições de projetos no Fundo Social de 2024. Com base no 7º princípio do cooperativismo - interesse pela comunidade – o fundo foi instituído há quatro anos e objetiva financiar projetos que beneficiem as comunidades da região Centro Serra. Neste ano, o montante disponível será de cerca de R$ 1,4 milhão e o prazo das inscrições vai até o dia 31 de maio.
A verba provém do resultado do ano de 2023, e representa 2% do resultado obtido pela cooperativa. Em suma, os projetos devem prioritariamente ser ações sociais de interesse coletivo, como educação, cultura, e esportes, saúde, segurança, ambiental e empreendedorismo social das comunidades da área de ação da Sicredi Centro Serra.

Implementado em 2020, o Fundo Social destinou em seu primeiro ano R$ 450 mil para hospitais filantrópicos e secretarias municipais de saúde enfrentarem a Covid-19. No ano seguinte, foram contempladas 39 entidades da região com mais de R$ 430 mil e em 2022 foram repassados a entidades da região mais de R$ 765 mil. No ano passado, foram 125 entidades contempladas com um incentivo de R$ 859 mil. Assim, em quatro anos de programa, já foram investidos na região cerca de R$ 2,5 milhões.

As entidades interessadas em inscrever seu projeto podem baixar o formulário no site da cooperativa, em https://www.sicredi.com.br/coop/centroserra/fundo-social/ ou irem até a agência de seu município para retirar o formulário. Para terem seus projetos aprovados, as entidades devem respeitar os seguintes critérios:

- Possuir CNPJ (ativo) e Estatuto Social e/ou registro próprio, constituída sem fins lucrativos. Caso não tenham CNPJ próprio, os projetos poderão ser encaminhados por entidade de representação, igualmente sem fins lucrativos;

- Atuar em benefício da comunidade em que estão inseridas, cujo objeto social coincida com as áreas de interesse do Fundo Social;

- Ser associada da Cooperativa, pelo menos desde o exercício anterior à inscrição do projeto, ou seja, 31/12/2023;

- Estar adimplente com a cooperativa;

- Investir 10% (dez por cento), relativo à contrapartida da entidade para complementar o investimento total previsto no projeto.

Atenção aos prazos e regulamento

 

O presidente da cooperativa, Egidio Morsch, ressalta que o propósito do Fundo é auxiliar as comunidades em ações locais que elas julgarem relevantes melhorando a qualidade de vida das pessoas abrangidas pelo programa. “O programa procura apoiar ações locais, de interesse coletivo, voltadas à educação, cultura, esporte, saúde, meio ambiente, segurança e inclusão social. É a comunidade, através dos coordenadores de núcleo, dizendo onde estão as prioridades de investimento dela”, salienta

Ao realizarem a inscrição de seus projetos, Morsch reforça que as entidades devem ter muita atenção ao preencherem o formulário solicitado, a fim de que a iniciativa não seja barrada por falta de informações. “As entidades devem ficar atentas especialmente aos prazos de inscrição dos projetos e aos documentos (orçamentos e outros) que devem estar anexos aos projetos”, frisa.

Além disso, devem ter atenção ao preencherem os demais dados da entidade a ser beneficiada, qual a população que será beneficiada, local e prazo de execução. “Caso o formulário não esteja preenchido adequadamente e os documentos que devem ser anexados não estiverem acompanhando o projeto, o mesmo poderá ser desclassificado”, conclui, o presidente.

Recursos possibilitam aquisição de equipamentos hospitalares

No ano passado, o Fundo Social da Sicredi Centro Serra RS buscou dar prioridade a projetos que impactassem o maior número possível de pessoas. Uma destas iniciativas contempladas foi do Rotary de Paraíso do Sul, com o projeto Banco de Equipamentos Solidários. Fundada em 1994, a entidade sem fins lucrativos há quase 25 anos realiza o empréstimo de equipamentos médicos para pessoas que estão com necessidades transitórias ou permanentes de saúde.

Atualmente, o projeto conta com mais de 100 equipamentos, dos quais cerca de 80% estão sendo utilizados no momento, o que comprova a relevância da iniciativa. Com a alta demanda de solicitações, a rotariana Mara Aparecida Pavanatto Cardoso começou a procurar alternativas que viabilizassem a ampliação do estoque de equipamentos, foi quando encontrou o Fundo Social e inscreveu o projeto no ano passado. “Tínhamos uma procura muito grande sobre determinados equipamentos e com o Fundo Social a gente conseguiu adquirir itens essenciais para a comunidade usufruir. Somos muito gratos pela parceria do Sicredi nesse projeto”, conta Mara.

Para a família Heidrich, os equipamentos têm sido essenciais no tratamento do patriarca Lidvino Heidrich, de 87 anos. Após o pai ser diagnosticado com uma doença, a filha Tânia procurou o Rotary para conseguir os materiais necessários para o tratamento. “O problema de saúde do meu pai se agravou e a gente precisava logo dos equipamentos. Felizmente, logo conseguimos emprestado uma cadeira de rodas, cama e um colchão especial. Isso nos facilitou muito, pois não é fácil ter que cuidar de alguém sem os aparelhos adequados”, salienta Tânia.

Ao todo, a cooperativa destinou mais de R$ 7,5 mil, com uma contrapartida de R$ 6.690,90 por parte do Rotary para aquisição de 10 itens, sendo eles: duas camas hospitalares, três colchões de napa, um concentrador de oxigênio, um inalador portátil, uma cadeira de rodas para obeso, uma cadeira de rodas para higienização e ainda, uma tipoia standard. Os itens já estão sendo utilizados pela comunidade.

Redução no consumo de energia com alternativa sustentável

A energia fotovoltaica chegou para ficar e tem sido utilizada cada vez mais como uma alternativa mais sustentável para abastecimento de equipamentos. No interior, não é diferente, com propriedades rurais utilizando placas solares para garantir redução de despesas e benefícios no âmbito ambiental.

Em 2023, o Fundo Social da Sicredi Centro Serra RS recebeu inscrições de diversos projetos com foco na energia solar.  Um deles foi o da Associação do Poço Artesiano de Linha Brasileira, no interior de Sobradinho. Criada em 1998 devido à necessidade de ter água potável para o consumo dos moradores da localidade, a entidade conta atualmente com 32 famílias associadas e se mantém com mensalidades e pagamentos por metro de água.

Cientes de que o elevado custo com a conta de energia poderia afetar a questão de abastecimento local, o grupo buscou, através do Fundo Social, obter uma parte dos valores para instalação de uma usina fotovoltaica que reduzisse o gasto mensal com o processo de puxada de água. Após análise do projeto, a Sicredi Centro Serra RS contemplou a associação com R$ 10 mil, que custeou o restante do equipamento com sua contrapartida.

Nas proximidades da estrutura fotovoltaica, residem Romar Bolfe e Audete Dal-Ri Bolfe, o filho Jean Carlos Bolfe e a companheira Pâmela Letícia Vandes Kohls, que comemoraram a destinação de recursos realizada pela cooperativa. Com a economia gerada pela usina, os produtores agora podem utilizar o valor economizado em outras necessidades. “O poço é muito importante para nossa comunidade. Através dele, todas as famílias de Linha Brasileira têm acesso à água de boa qualidade. A usina fotovoltaica ajuda a diminuir o custo de energia e, com isso, não precisamos gastar tanto como antes”, explicou Jean.

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